Conheça formas de identificar usuárias grávidas logo no início da gestação e reduzir riscos para a mãe e para o bebê.
A identificação de usuárias gestantes antes delas completarem 3 meses de gravidez é um desafio para os profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS).
Na maioria das vezes, elas só procuram a unidade após esse período por não sentirem sintomas, ou não associarem os sintomas à gravidez. Não acessam também por problemas pessoais - como violência doméstica - na própria residência.
É importante que o pré-natal tenha início o quanto antes, já que os primeiros exames requeridos já podem detectar riscos gestacionais.
Pensando nisso, o Blog da Impulso traz uma coletânea de estratégias para que você consiga fazer essa identificação o quanto antes, qualificar o cuidado prestado e alcançar o indicador do Previne Brasil.
A identificação da gravidez deve ocorrer em qualquer atendimento da Atenção Primária à Saúde (APS). Para isso, existem estratégias que podem ser aplicadas em diversos pontos de contato entre os profissionais da unidade de saúde e a usuária.
Nesse sentido, os profissionais precisam se atentar a alguns aspectos.
Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) precisam estar capacitados para identificar os sinais e sintomas durante as visitas domiciliares.
Além dos sintomas mais comuns, existem outros que também podem indicar gravidez e que os ACS devem se atentar.
Durante a visita domiciliar (VD), o agente deve fazer alguns questionamentos relacionados ao ciclo menstrual das mulheres da residência.
Também podem questionar sobre uso de métodos contraceptivos, e em caso de uso mensal ou trimestral, monitorar as datas de aplicação, assim como possíveis sintomas.
Se a menstruação de alguma estiver atrasada há mais de 15 dias e o ciclo menstrual não for regular, ou se está em atraso na aplicação da medicação contraceptiva, deve-se orientar a procurar a unidade de saúde.
É importante garantir o acolhimento pela equipe de enfermagem para todas as mulheres que buscam a unidade com suspeita de gravidez no mesmo dia da procura.
Além de ser o momento para a usuária sanar as dúvidas, ela pode relatar violências que sofre, como abuso sexual e violência doméstica.
Por isso, o ideal é que o acesso à unidade para essa mulher que busca a confirmação da gravidez seja aberto e com fluxos ágeis, evitando remarcações de testes laborais.
Em caso de gravidez em usuárias menores de 14 anos, segundo Art. 217-A do Código Penal presume-se estupro de vulnerável e ela tem direito a interrupção legal da gestação.
Quando identificado alguma suspeita de gravidez na usuária, podem ser realizados o teste rápido ou exame sorológico (Beta HCG) para o diagnóstico.
Vale ressaltar que a forma mais rápida de confirmar o diagnóstico e dar início ao pré-natal é ter testes rápidos de gravidez disponíveis nas unidades de saúde!
É importante que todos os profissionais da equipe da Unidade Básica de Saúde (UBS) conheçam a população da sua área de abrangência.
Manter um bom relacionamento e estabelecer vínculos com famílias e indivíduos, sempre acompanhando-as rotineiramente, pode ajudar o profissional a identificar mais rápido mulheres com suspeita de gravidez.
Quando se trata da população mais vulnerável - como adolescentes, indígenas e quilombolas - deve-se haver uma proatividade ainda maior, contando com a colaboração de outras instituições e lideranças locais.
A faixa etária definida para mulheres em idade fértil, de 10 a 49 anos, engloba boa parte da população feminina.
É de extrema importância que haja um acompanhamento ginecológico dessas mulheres. Consultas precisam ser marcadas com frequência e deve-se monitorar o percentual de comparecimento, através de extração de relatórios operacionais no PEC ou CDS, a fim de traçar soluções para estimular a presença, se estiver abaixo do esperado.
Todas essas estratégias apresentadas podem contribuir para o desempenho do seu município no indicador do Previne Brasil.
O primeiro indicador do pagamento por desempenho do Previne Brasil estabelece meta para proporção de gestantes com pelo menos 6 (seis) consultas de pré-natal realizadas, sendo a 1ª (primeira) sendo até a 12ª (décima segunda) semana de gestação.
Mesmo que a identificação não seja feita dentro desse período, é importante ressaltar que os registros dessas gestantes ainda podem ser contabilizados no segundo (proporção de gestantes com exame de sífilis e HIV realizados) e terceiro (proporção de gestantes com atendimento odontológico realizado) indicadores.
Após a confirmação da gravidez, é preciso que haja o acompanhamento dessas mulheres. Garantir que exames e consultas sejam feitas periodicamente, nas datas pré-agendadas.
Ter um método de acompanhamento nominal de gestantes é importante para que você consiga visualizar com mais clareza as informações das gestantes do seu município.
Nós disponibilizamos uma ferramenta exclusiva para acompanhamento de usuárias gestantes, de forma gratuita. Para ter acesso, basta se inscrever em nossa consultoria.
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